sexta-feira, 11 de março de 2011

Ensina-me...

Lá fora chove como naquela noite, aquela em que chorei baba e ranho por não puder ir ter contigo. E o que fizeste? Foste ter com ela. Agora olhando para trás, os sinais estavam todos lá, o meu amor por ti é que não deixava ver isso. Fiz figura de parva tanta vez, só para que esse sorriso aparecesse. E para quê? Para outra pessoa com umas simples palavras, conseguir fazer o mesmo? E em consequência disso, fazer com que derrame lágrimas que não tinha noção ter dentro de mim em tanta quantidade...

Sempre quis ter um blog com a pessoa que seria "a tal". Construimos um e vimos o menino crescer a cada dia que passava com textos e declaraçoes que tinhamos uma para a outra. Para quê? Para agora não ser capaz de criar mais nenhum blog com ninguém?
Uma pasta com os nossos textos, com fotos nossas, com pequenos mimos que demos uma á outra. Para quê? Para ser mais uma que tenho que tirar da minha frente, para não desatar a chorar?
A vontade de criar um albúm com fotografias nossas. Para quê? Para olhar para um passado de mentiras?
Uma aliança com o teu nome gravado. Para quê?! Para agora fazer impressão estar sem ela, e quando a volto a por, lágrimas caem em cascata?
Ter o teu perfume. Para quê? Para me lembrar do cheiro que tenho que esquecer?

Não consigo comer em condições, a comida faz questão de querer voltar para trás, como se sentisse a raiva e o nojo que sinto de toda esta situação. Sim, sinto-me enojada, de terem brincado comigo. De saberem o que sentiam e de mesmo assim, me terem metido entre vocês, uma espécie de teste digo eu, a ver quanto tempo é que aguentavam uma sem a outra. Esquecem-se é que eu tenho sentimentos, sinto as coisas com demasiada intensidade, com muita rapidez. Apaixonei-me por ti, feita parva, pensando que as coisas tinham mudado, que ia conseguir fazer-te feliz. Mas lá no fundo, nada tinha mudado e dou por mim agora, apanhada a meio de toda esta confusão, com um buraco no peito onde devia estar o meu coração, mas não está. Ficaste com ele. Não sei o que lhe fizeste, mas ficaste com ele...

Sinto-me um corpo sem alma a vaguear por esta casa, completamente vazia, mas cheia de planos para te ter aqui durante o que seriam os nossos dias juntas. E agora, ensina-me a olhar para a janela e a deixar de me imaginar abraçada a ti a ver as estrelas. Ensina-me a pensar nessa santa terrinha e a esquecer os dias que tive ai. Ensina-me a ser forte e a não desatar na choradeira quando os meus colegas perguntam o que se passou, o que aconteceu ao "André". Ensina-me a deixar de olhar para a cama e a imaginar-te a dormir nela. Ensina-me a ouvir a nossa música, todos os dias, vezes e vezes sem conta, na loja onde trabalho e não sentir vontade de estar contigo. Ensina-me a deixar de gostar de ti, porque não sei fazê-lo...

Lembras-te de dizeres que estavas á deriva e que te amparei quando chegaste a terra? Neste momento, voltaste a entrar na água e estás em alto mar. Não te consigo alcançar por muito que queira. Só posso esperar que te canses e que voltes á beira-mar. Sabes o que te espera quando lá chegares, só não o vais ter, se não quiseres.
[Apenas mais um desabafo, escrito num momento de lágrimas.. o mais provável é nunca mais cá voltares e isto continuar a ser o meu canto de lamúrias, mas enfim...]
L.

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