Acabei de abrir a pasta com as nossas músicas e decidi começar a escrever. Na tentativa de conseguir transmitir o que tinha escrito ontem. Escrevi sobre ti, sobre mim, sobre um nós que desapareceu entre as minhas mãos sem me ter apercebido e no dia em que pensei que o tinha voltado a ter, voltou a se escapar por entre os dedos. O medo é muito, tanto do teu lado como do meu. Há outras pessoas envolvidas, e somos responsáveis pela sua entrada nas nossas vidas. A questão é que o que sinto por ti, não dá para explicar, é só contigo que consigo imaginar um spike a correr pela casa e a roer as pantufas, a olhar-nos com aqueles olhinhos de “gatinho do shrek” e nós não sermos capazes de brigar com ele, imaginar um Santiago ou seja lá o nome que for, também a correr pela casa, mas desta vez com um par de mães super babadas atrás (incluindo os 9 meses de muitas festinhas na barriga e de muita paciência para matar desejos), é contigo que imagino a troca de votos, perante uma testemunha de uma conservatória, é contigo que quero conhecer Itália, Paris, Londres e todos os destinos e mais alguns que nos passar pela cabeça e que tenhamos oportunidade de suportar; é contigo que imagino a tal casa, os padrões a preto/branco/vermelho, com as nossas fotos na parede; és tu que quero que estejas em casa quando abrir a porta, é o teu sorriso que quero ver, é o teu abraço que quero sentir.
Claro que tenho medo de isto nunca se tornar realidade (chorei este mundo e o outro quando terminamos e olhava as fotos que falavamos que ficariam lindas nas paredes. Como conseguia imaginar a casa e as paredes, sem essas fotos, sem ti?) por não conseguirmos afastar os medos, por não ter de coragem de afastar a outra pessoa, porque afinal de contas, foi ela que me tirou de onde me tinha metido, um sítio muito escuro e muito pouco recomendável. Mas tal como a Bella, o Jacob é que a ajudou a melhorar, mas o seu coração e a sua mente nunca deixaram de acompanhar Edward. E é isso que sinto, que tenho um Jacob com quem tenho uma química especial, mas que o meu coração ficou em Fevereiro ai contigo, e que depois de termos terminado, que não o trouxeste de volta. E quero acreditar que não o trouxeste porque preferiste protegê-lo, do que pensar na possibilidade de o teres esquecido.
O medo é o nosso maior inimigo, babe. Disso não há duvida alguma, mas acredita que eu também não tenho dúvidas de que se voltarmos a dar uma nova oportunidade a “nós”, que hei-de compensar todo o tempo que tivemos longe. O que não faltam cá dentro são ideias para muitos mais mimos, muitas mais surpresas. Pequenos gestos, como uma visita inesperada, uma surpresa no correio, á porta de casa, ou do hotel, sei lá. Não tenho a menor dúvida que é contigo que quero estar, mesmo com todos os obstáculos que nos vão aparecendo á frente, “the time we spend apart will make our love grow stronger” (diz uma música dos westlife), e é o que me tento mentalizar todos os dias, que isto é apenas temporário, que um dia vou acordar e vou ter a aliança de novo no dedo, que vou acordar em Fevereiro e vais estar a me ir buscar ao aeroporto, mesmo que com o teu irmão atrás e mesmo conhecendo a família quase toda no mesmo dia, voltava a fazer tudo de novo. Tu sabes que sim. Voltava a me aventurar. Voltava a planear a tua vinda mas desta vez correria tudo como tínhamos planeado e vinhas sozinha. Passamos uns dias juntas. Se fosse preciso acordava ás tantas, só para poder passar a noite contigo, antes de ir trabalhar. O dia ia passar a correr, para voltar para ti. Para os teus braços. Em Maio, passava as minhas férias contigo. Mesmo que o tempo fosse pouco, era melhor do que nada. E ansiaria para as férias de Outubro ou de Novembro para voltar a estar contigo. A nossa cumplicidade, o carinho, o amor, ia crescendo a cada dia que passasse e este mês estaríamos a fazer 8 meses. 8 meses, babe! Mas infelizmente a realidade é outra, e ambas rondamos os 2 meses com outras pessoas. Vivendo? Não. Sobrevivendo!
Mesmo que as músicas tenham voltado a ter significado para outras pessoas, a questão é que “Just the way you are” numa versão em acústico, nunca mais foi a mesma, por ter sido ouvida no dia em que voltei para cá, por ter sido sentida, enquanto te olhava nos olhos e sabia/pensava q sentias o mesmo. Apesar do chão me ter fugido uns dias depois e ter ficado a questionar a importância que aqueles dias tiveram para ti, já que ás tantas aconteceu com vocês o que nos está a acontecer agora (falar ás escondidas, sorrir feita parva por tudo e por nada, a ansiedade), e mesmo sabendo que é difícil voltar a confiar devido ao que ambas passamos noutras situações, acho que ambas temos noção que se tivermos realmente dispostas a lutar por isto, que conseguimos.
Só tu fazes ‘aquele’ sorriso aparecer, dizes que o mesmo acontece contigo. Digamos que isso deve significar alguma coisa, além dos carros vermelhos, das madrinhas aparecerem na loja dia 25, do meu colega ser André e ser dai, de passar quase todos os dias facturas para empresas dai, de ter de levar com as nossas músicas/músicas que me fazem pensar em ti todos os dias na loja, até do raio do nome do dono da esplanada que temos ao lado da loja ser o masculino do teu.
Se até uma pessoa que não nos conhece (obrigada Candy pelo apoio), é capaz de ver que o nosso destino é ficarmos juntas, que gostamos uma da outra e que só estamos a dificultar a vida ao cupido, babe, o que é que fizemos connosco? O que é que fazemos com outras pessoas? Porque é que a mão que agarra a minha, não é a tua? Porque é que a aliança quando entra no dedo, não fica lá, permanentemente? Porque é que ao saber que vou de férias no próximo mês, a minha única vontade é ir marcar viagem para ai, em vez de querer ficar aqui com ela? Porque é que quando soube que vinhas para cá, fiquei tão ansiosa por esperar que seja desta que vou ter oportunidade de te ver, nem que seja 5 minutos, num café? Porque é que a minha vontade é de alugar um sitio contigo durante o tempo que tiveres aqui e passar todas as noites agarradas a ti, mesmo que isso implique me levantar ás 6h nos dias em que entro ás 8h?
Eu sei porquê. Porque a minha alma procura o seu espelho e sabe bem onde é que ele está."Oh darling I wish you where here."
Adoro-te *
L.
